sábado, 23 de janeiro de 2010

O Haiti... não é aqui....

Doação de US$ 15 Milhões do Brasil para o Haiti... não seria muito para um país com tantos problemas internos para resolver?

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

AIDS, estupro e Copa do Mundo de Futebol

Recentemente assisti um programa na televisão que falava da situação de estupro e AIDS na África do Sul. Curiosa eu fui atrás de mais informações a respeito e tomar maior conhecimento do assunto. Surpreendi-me com as informações que encontrei num site americano. Achei importante traduzir algumas informações e dividir com você a situação aterrorizante que muitos africanos passam há anos e que serve de alerta para o mundo inteiro, principalmente em 2010 onde o mundo estará voltado à África do Sul para assistir um dos maiores eventos mundiais.

A África do Sul, que em 2010 será a sede de um dos maiores eventos do mundo – a Copa do Mundo de Futebol – é também a sede de um dos maiores índices de estupro do mundo. Um estudo revelou que mais de um quarto da população masculina admitiu já ter estuprado e que 46% destes homens afirmam terem estuprado mais de uma vez.
O estudo foi conduzido pela South Africa's Medical Research Council e revela que a cultura de violência contra a mulher é enorme na África do Sul e que homens estupram para sentirem-se mais poderosos, acreditando que sua superioridade os permita expressar suas frustrações em mulheres e crianças. E ainda pior, os homens que mais estupram, na sua grande maioria, são de maior grau de escolaridade e com boas condições financeiras. O estudo também divulgou que 73% dos homens entrevistados responderam que haviam cometido seu primeiro estupro antes dos 20 anos de idade e muitos não vêem nenhum problema nisso.
As mais recentes estatísticas afirmam que 36,190 casos de estupro foram reportados à polícia entre Abril e Dezembro de 2007, mas ainda há muitos outros casos que, segundo conhecedores do assunto, não são divulgados, ou seja, não são levados à côrte.
Existem várias crendices na África do Sul que justificam o alto número de estupros. Uma delas é que a mulher sul-africana não tem o direito de dizer não ao sexo. Elas acreditam que, se for um namorado ou um conhecido que a peça por sexo, ela por sua vez não pode negar, mesmo sendo sexo forçado. Alguns homens ainda acreditam que as mulheres sentem prazer em serem estupradas. Na região de Gauteng, onde se encontra a capital da África do Sul, Pretória, e a cidade de Johannesburg, sua capital e também a capital econômica do país, 8 em 10 homens acreditam que a mulher é a responsável por estar sendo estuprada e que 3 em 10 mulheres pediram para que fossem estupradas (Scared at School, 2001). Muitos adolescentes entre 15 e 19 anos afirmam considerar o estupro em grupos – gangs rapes – como “bom” e sendo “apenas um jogo”(Scared at School, 2001).
O estupro em crianças e bebês também decorre de uma crendice popular. Muitas pessoas acreditam que fazer sexo com um bebê ou criança irá curá-las do vírus AIDS. É na África onde se encontra o maior índice de HIV positivo do mundo. Em 2001 um bebê de 9 meses de idade foi estuprado por seis homens entre 24 e 66 anos depois que sua mãe adolescente o abandonou. Uma criança de 4 anos morreu após ter sido estuprada pelo próprio pai. Uma outra bebê de 14 meses foi estuprada por dois de seus tios. Em fevereiro de 2002, uma criança de 8 meses foi estuprada por 4 homens, apenas um deles foi sentenciado (McGreal, 2001).
Uma pesquisa em East London, na África do Sul, pela Universidade da África do Sul, divulgou que 18% dos 498 trabalhadores acreditavam que fazer sexo com uma pessoa virgem também poderia curá-los da AIDS (South Africa: Virgins, victims..., 2002). Ainda em Gauteng, 32% dos entrevistados acreditam neste mito. Pessoas desesperadas estão desesperadamente procurando pela cura e acabam por piorando a situação e espraiando ainda mais o vírus pelo país. A maioria dos trabalhadores de etnia negra e mista recebem por ano o equivalente a mais ou menos US$300 e o custo dos remédios para combater a AIDS fica em torno de US$40 e US$50 por mês, ou seja, impossível para a maioria.
Um evento como a Copa do Mundo de Futebol, onde a maioria dos seus participantes e torcedores são do sexo masculino, acontecerá num dos países com um dos maiores índices de violência à mulher. Talvez este seja o melhor momento de aproveitar, através de um evento mundial, para alertar o mundo da situação que a África do Sul vem passando há anos. Quem sabe assim, através de dirigentes poderosos e maiores iniciativas internacionais, possamos freiar este temido vírus e o abuso desleal de mulheres e crianças.
Vale lembrar que não é somente na África do Sul que sofre com situações como estas. Existem muitos outros países que também sofrem com este tipo de “escravidão moderna”.

Para saber mais acesse:
http://www.rapecrisis.org.za
http://www.girleffect.org
http://www.paralumun.com/issuesafrica.htm

Fontes:
TIME (
http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1906000,00.html)
MEDSCAPE (http://www.medscape.com/viewarticle/444213)