sábado, 28 de fevereiro de 2009

Onde Ir

por Vanessa da Mata

Eu não sei o que vi aqui
Eu não sei prá onde ir
Eu não sei por que moro ali
Eu não sei por que estou

Eu não sei prá onde a gente vai
Andando pelo mundo
Eu não sei prá onde o mundo vai
Nesse breu vou sem rumo

Só sei que o mundo vai de lá prá cá
Andando por ali, por acolá
Querendo ver o sol que não chega
Querendo ter alguém que não vem.

Cada um sabe dos gostos que tem

Suas escolhas, suas curas
Seus jardins
De que adianta a espera de alguém?
O mundo todo reside
Dentro, em mim

Cada um pode com a força que tem
Na leveza e na doçura
De ser feliz.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Uma vida menos ordinaria

Esses dias estava organizando meus documentos quando encontrei um texto interessante que havia retirado de um jornal ha’ meses atras, mais precisamente em Julho do ano passado, quando eu estava em Tully - pequena cidade do nordeste da Australia - onde trabalhei numa colheita de bananas. O texto leva o titulo “A life less ordinary” e fala sobre os sonhos que deixamos de lado no decorrer da nossa vida. Na epoca o texto me fez abrir os olhos para varios questionamentos que tive nos ultimos anos.
O primeiro paragrafo comeca com a seguinte frase: “Are you living the life your really want?”, ou seja, “Voce esta vivendo a vida que voce realmente quer?” Nao tem como nao ler esta pergunta e automaticamente nao se questionar. Estou eu fazendo que eu realmente gosto?
Lendo o texto eu fui descobrindo muitas outras repostas para minhas perguntas: sera que estou no caminho certo? Sera que esta e’ a melhor escolha? O que quero realmente para minha vida?
Resolvi dividir com voce leitor alguns trechos deste texto que, de alguma forma, mexeu comigo e que talvez venha a mexer com voce tambem:

Uma vida menos ordinaria

Voce esta vivendo a vida que voces sempre quis? Oscar Wilde uma vez disse: “A vida e’ muito importante para a levarmos tao a serio” E porque alguns de nos levamos a vida tao a serio?
A resposta, para a maioria de nossas perguntas, esta la tras na infancia.
Muitos de nos tiveram uma infancia cheia de diversao: subindo em arvores, brincando com tinta, correndo na chuva, rolando na areia e dancando sem vergonha dos outros. Nos expressavamos livremente; tinhamos sonhos. Acreditavamos que podiamos voar, que podiamos ser astronauta, bailarina ou pilotos da formula 1 - acreditavamos que podiamos ser o que quisessemos quando crescessemos.
O que aconteceu?
Os anos foram passando e fomos escutando as pessoas em nossa volta, acreditando neles porque achavamos que eles sabiam mais. Acabamos tomando decisoes baseadas na opiniao dos adultos. E porque?
Sem nos darmos conta muito de nos fomos perdendo a crenca em nos mesmos, acreditando que nao eramos bons o suficiente, inteligente o suficiente e nem talentosos o suficiente para seguirmos nossos sonhos. Achavamos que nossas ideas eram muito dificeis de se realizar, eram bobas ou impossiveis, sendo somente alcancadas por outras pessoas.
Um dia encontrei esta mulher que me disse que seu sonho era trabalhar num circo mas que desistiu depois que mae disse que era perigoso, que ela poderia quebrar a perna ou andar com pessoas “erradas”. Outra senhora sempre quis ser artista porem todos na sua familia a ridicularizavam dizendo que ela nao era talentosa o suficiente; a mae dizia que ela jamais conseguiria sobreviver sendo artista, logo ela desistiu. Outro homem me disse que os pais falavam que ele tinha que ter uma profissao que trouxesse dinheiro senao nao teria como se sustentar; assim ele desistiu de ser escritor.
E’ entao que quando chegamos na vida adulta muitos de nos questionamos: “O que me faz feliz?” Acabamos por deixando nossos sonhos de lado achando que jamas conseguiriamos sobreviver se seguissemos nosso desejo. Acabamos escolhendo uma profissao segura, que dava dinheiro, mas que nao era exatamente o que amavamos. Acabamos deixando de experimentar novas oportunidades na vida porque temos medo do inseguro, do que nao nos passa estabilidade; temos medo do improvavel.
Fica mais facil viver onde nos e’ “familiar” do que correr riscos. Estamos preocupados demais com o que os outros irao pensar, o que vao falar das nossas atitudes, que estamos loucos ou perdidos na vida. Muitos de nos fingimos que gostamos do nosso trabalho e que somos felizes com a vida que levamos… mas no fundo, bem la no fundo, desistimos dos nossos sonhos de crianca.
Temos duas escolhas:
1. Nao fazer nada. Deixar assim, como esta. Mais seguro. Fique acomodado na sua profissao. Trocar de emprego agora, correr atras do seu sonho da' muito trabalho, muita dor de cabeca… pra que correr riscos se esta tudo bem? (bem morno...)
2. Ou voce pode fazer algo. Voce pode mudar sua vida. Voce pode buscar a felicidade que nunca teve (e que achava que tinha). Voce pode realizar seu sonho, porque nunca e’ tarde. Voce pode correr atras do que voce REALMENTE quer. Voce pode redescobrir suas paixoes, acreditar em voce novamente, realizar seus grandes desejos, sonhar. O resultado sera uma vida extraordinaria, com grandes experiencias, cheia de paixao e felicidade.
Pois e’ a paixao que nos faz levantar da cama nas segundas-feiras. E’ a paixao pelo que fazemos que faz da nossa vida especial.
Nao desista por pouco. Recomece quantas vezes for necessario, corra atras do seu sonho, faca a vida valer a pena. Nao deixe de buscar o que voce realmente quer. Lembre-se que tudo e’ possivel, tudo! Basta querer.
:-)

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Bushfire

Muito comum aqui na Australia sao os bushfires, ou seja, incendios na mata - queimadas. A Australia vive este drama faz anos. Foram registrados 20 bushfires entre 2000 e 2005 e se contarmos desde 1967, quando foi anunciado o primeiro incendido florestal, ja morreram 250 pessoas e 4,554 casas foram destruidas. O governo australiano ja desembolsou em torno de AU$ 2.5 bilhoes de dolares na restauracao dos estragos causados pelos incendios.
Infelizmente este ano o povo australiano esta presenciando a pior queimada ja ocorrida. O incendio que aconteceu no noroeste do estado de Victoria (capital Melbourne) foi o pior ja registrado. Por enquanto somam-se 181 mortes, 1,831 casas atingidas e mais de 30,500 hectares de mata queimada. A televisao australiana nao para de informar mais e mais entragos, sendo dificil parar o fogo que se alastra rapidamente com o vento.
Sao varias as causas das queimadas e uma delas e' o lixo deixado pelo homem. Uma latinha de refrigerante ou um papel laminado de um chocolate podem facilmente iniciar um fogo que junto com as condições meteorológicas (presença de vento, temperatura ambiente) que tambem facilitam o crescimento da chama. Outro fator importante e' relevo do terreno, sendo terrenos montanhosos mais propicios para o crescimento da fogo, exatamente o que esta acontecendo em Victoria.
O impacto ambiental das queimadas é um tema preocupante nao somente pelos estragos que trazem para o ser humano mas tambem ao meio ambinente pois envolve a fertilidade dos solos, a destruição da biodiversidade, a fragilização de agroecossistemas e a produção de gases nocivos aos animais e aos homens.
Ao ver as vitimas na televisao e os estragos causados pelo fogo, logo lembrei da situacao ocorrida em Santa Catarina. Impossivel nao fazer uma comparacao na forma como as vitimas se comportam, a ajuda prestada tanto pelo governo como pelas pessoas. Aqui na Australia, como no Brasil, muitas pessoas perderam tudo que tinham. TUDO mesmo. Imagine voce ter sua casa completamente queimada com tudo dentro, sem mais recordacoes, fotos antigas, nada! Tudo que uma vez foi construido agora esta destruido. E o pior, perder as pessoas, familiares. Imaginar que as pessoas queridas tiveram, talvez, uma das piores mortes que se pode ter.
A grande diferenca daqui com o Brasil e' que aqui o governo tem dinheiro para ajudar. Ja foram anunciados AU$ 10 milhoes de dolares para restaurar os estragos e esta sendo doado AU$ 1.000 dolares para cada adulto e AU$ 400 para cada crianca. Nao e' muito dinheiro, mas ja e' uma ajuda. Fora que muitas pessoas tem Seguro de Casa, o que facilita ainda mais reiniciar.
Toda a Australia ja esta se mobilizando para doacoes, em todos os lugares por onde ando encontro cartazes pedindo ajuda. A Red Cross (Cruz Vermelha) tem forte presenca aqui e esta ajudando com a arrecadaco do dinheiro. Ate mesmo os australianos que vivem no exterior (em Londres principalmente) estao se mobilizando para arrecadar doacoes.
Acho que nao existe pai's hoje que ja nao tenha sofrido um desastre natural. Os quatro elementos fundamentais para nossa sobrevivencia (agua, terra, ar e fogo) estao sendo ameacados e conquentemente ameacando a existencia do homem na terra.
Ainda podemos reverter destastres como estes, mas ate quando?